Quem foi William Shakespeare?

Como Shakespeare se tornou Shakespeare? Embora suas obras teatrais e literárias tenham se imortalizado através do tempo, pouco realmente se sabe sobre sua vida pessoal e ascensão na carreira. Mas com certeza William Shakespeare não poderia ficar de fora da nossa seleção dos maiores escritores que já viveram e que deixaram sua marca no mundo.

Vida de William Shakespeare

Foto: Wikimedia Commons

William Shakespeare viveu há mais de 400 anos e muitos registros daquela época se perderam ou nunca existiram, por isso não temos como saber tudo sobre sua vida ou detalhes com exatidão. Mas vamos ver agora o que realmente sabemos sobre sua história e fama.

Baseado em registros William foi batizado em 26 de abril de 1564, em Stratford-upon-Avon, 160 quilômetros a noroeste de Londres. Porém não sabemos sua data de nascimento exata, que provavelmente deve ter sido alguns dias antes. Sua vida girou em torno dessas duas cidades: Londres e Stratford.

Ele nasceu em uma importante família de Stratford. Seus pais se chamavam, John Shakespeare e Mary Arden e juntos tiveram oito filhos. John e Mary perderam duas filhas quando crianças, então William se tornou o filho mais velho. John Shakespeare trabalhou como fabricante de luvas, mas também se tornou uma figura importante na cidade de Stratford por cumprir cargos públicos. Seu status elevado significava que ele tinha ainda mais probabilidade de ter enviado seus filhos, incluindo William, para a escola primária local.

Quando William fez 18 anos, se casou com Anne Hathaway, que tinha 26. O casamento teve que ser as pressas, porque Anne já estava grávida antes da cerimônia. Juntos, eles tiveram três filhos. Sua primeira filha, Susanna, nasceu seis meses após o casamento e mais tarde tiveram gêmeos Hamnet e Judith. Mas infelizmente, Hamnet morreu quando tinha apenas 11 anos.

E é nesse momento que começam algumas especulações a respeito do casamento de William Shakespeare e Anne Hathaway. Afinal, o casal teve relativamente poucos filhos, para a época e em seguida do nascimento dos gêmeos Shakespeare se mudou para Londres e visitava sua cidade e família poucas vezes por ano. Por essas e outras informações muitos sugerem que o casamento deles não foi bem um mar de rosas, mas sim, cheio de tensões. Além disso, a escritora Lena Cowen Orlin (estudiosa da vida de Shakespeare), disse em entrevista ao Jornal The New York Times: Que era improvável, ele ter comparecido ao funeral em Stratford de seu filho, Hamnet, ou de qualquer um de seus pais.

Mas a contraponto, muitos que assim como Shakespeare buscavam trabalhar no teatro tinham famílias pequenas. E a mudança para Londres era natural, visto que era o local com mais concentração de pessoas, teatro e visibilidade. O fato de ele não ter levado a família, pode ser por não ter uma morada certa quando chegasse em Londres e em Stratford eles já tinham uma boa casa e filhos pequenos.

Ascenção em Londres

A carreira de Shakespeare começou em Londres, mas não se sabe o ano exato em que ele foi para lá. Só se sabe que os gêmeos de Shakespeare foram batizados em 1585 e que em 1592 houve a primeira menção definitiva de Shakespeare como um ator e dramaturgo. Mas os anos que se seguiram são considerados um mistério. Os estudiosos geralmente se referem a esses anos como ‘ Os anos perdidos ‘.

Foi durante seu tempo em Londres que as primeiras obras impressas de Shakespeare foram publicadas. Foram dois longos poemas, ‘Vênus e Adonis’ (1593) e ‘O Rapto de Lucrécia’ (1594). Nesse período ele também se tornou membro fundador da The Lord Chamberlain’s Men, uma companhia de atores. Shakespeare era o dramaturgo regular da empresa, produzindo em média duas peças por ano, durante quase vinte anos.

Ele permaneceu na companhia pelo resto de sua carreira, período durante o qual ela foi rebatizada para King’s Men em 1603 sob o patrocínio do Rei Jaime I. Durante seu tempo na companhia, Shakespeare escreveu muitas de suas tragédias mais famosas, como Rei Lear e Macbeth, e também grandes romances, como Conto de Inverno e A Tempestade.

E com o passar dos anos, ele se tornou cada vez mais famoso no mundo do teatro de Londres e no mundo. Shakespeare prosperou financeiramente com sua parceria com a Lord Chamberlain’s Men, bem como com sua escrita e atuação. Ele investiu grande parte de sua riqueza na compra de imóveis em Stratford e comprou a segunda maior casa da cidade, New Place, em 1597.

William Shakespeare morreu em Stratford-upon, com a idade de 52 anos, em 23 de abril de 1616 (a data tradicional de seu aniversário, embora sua data exata seja desconhecida). Também não sabemos a causa de sua morte. Mas seu cunhado havia morrido uma semana antes, o que poderia significar uma doença infecciosa, mas a saúde de Shakespeare pode ter piorado por mais tempo. Ele está enterrado no santuário da igreja paroquial, a Santíssima Trindade.

As Obras de William Shakespeare

Ao todo, as obras de Shakespeare incluem 38 peças, 2 poemas narrativos, 154 sonetos e uma variedade de outros poemas. Não existe nenhum manuscrito original das peças de Shakespeare. Na verdade, é graças a um grupo de atores da companhia de Shakespeare que temos em média, metade das peças. Eles as coletaram para publicação após a morte de Shakespeare, preservando as peças. Esses escritos foram reunidos no que é conhecido como o primeiro fólio (‘Fólio’ refere-se ao tamanho do papel usado). Continha 36 de suas peças, mas nenhuma de sua poesia.

O legado de Shakespeare é tão rico e diverso quanto sua obra, suas peças geraram inúmeras adaptações em vários gêneros e culturas. Suas peças tem presença no palco e no cinema até hoje. William Shakespeare continua a ser uma das figuras literárias mais importantes da língua inglesa e do mundo.

Vamos conferir agora as principais obras literárias adaptadas de Shakespeare.

Hamlet

Um jovem príncipe é visitado pelo fantasma de seu pai, que alega que seu irmão, que está casado com sua viúva, o assassinou. O Jovem então cria um plano para testar se tal acusação é verdadeira forjando uma brutal loucura para traçar sua vingança. Porém sua aparente insanidade logo começa a causar estragos – para culpados e inocentes.

Rei Lear

A história de Rei Lear começa quando um rei já idoso, em busca de um sucessor, acaba por escolher duas filhas indignas de sua confiança, em vez daquela que o ama. O Rei Lear transcorre em torno do enlouquecimento de um rei, que precisa descrever uma árdua trajetória para tornar-se simplesmente homem. Esta trajetória é um magistral estudo psicológico das paixões humanas.

Romeu e Julieta

Há muito tempo duas famílias banham em sangue as ruas de Verona. Enquanto isso, na penumbra das madrugadas, ardem as brasas de um amor secreto. Romeu, filho dos Montéquio, e Julieta, herdeira dos Capuleto, desafiam a rixa familiar e sonham com um impossível futuro, longe da violência e da loucura.

Otelo

Em Veneza, Otelo, um general mouro a serviço do Estado, conquista Desdêmona, uma jovem, filha de um nobre local. Após enfrentar a ira do pai e defender-se com sucesso contra a acusação de tê-la “enfeitiçado”, ele parte a Chipre em companhia da esposa para combater o inimigo turco/otomano. Lá, seu alferes, o manipulador Iago, consegue paulatinamente instilar na mente do mouro a suspeita de que Desdêmona o traiu.

Macbeth

Macbeth é um general do exército escocês muito apreciado pelo seu monarca, o rei Duncan, por sua lealdade e seus préstimos guerreiros. Um dia, ele e Banquo, outro general, são abordados por três bruxas, que fazem os seguintes vaticínios: Macbeth será rei, Banquo é menos importante, mas mais poderoso que Macbeth, e os filhos de Banquo serão reis. Macbeth não compreende as confusas palavras das aparições, mas elas calam fundo dentro de si. Ele relata o estranho encontro para a mulher, Lady Macbeth, uma das mais perfeitas vilãs da literatura, que, ambiciosa, exerce seu poder sobre o marido, levando-o a cometer o gesto fatal de traição ao rei que desencadeará a tragédia dos dois e uma reviravolta na corte.

O mercador de Veneza

O mercador de Veneza é uma das obras mais populares e debatidas desse grande nome da literatura universal – trata-se de um drama trágico, com pitadas de romantismo e comédia. Questões mais profundas se entrelaçam e sustentam a emoção do enredo, tais relações como o ódio, o orgulho, o dinheiro, o amor, a amizade e a ingenuidade.

A Megera Domada

Lucêncio, filho de um rico comerciante de Pisa, chega a Pádua para estudar na universidade, mas logo se apaixona por Bianca, filha caçula de um rico mercador e que já tem dois pretendentes. Batista Minola, o pai de Bianca, decide que ela só se casará depois da filha mais velha, Catarina, que é considerada uma megera e, por isso, não tem nenhum pretendente. Petrúquio chega a Pádua decidido a se casar com uma moça bem rica para aumentar sua fortuna. Depois de fingimentos, trapaças e trapalhadas, Catarina e Petrúquio se casam e a ex-megera faz um discurso em que defende que as mulheres devem amor, doçura, fidelidade e obediência a seus maridos, que são seus amos e senhores.

Henrique V

Escrita em 1599 última das peças Henrique V conclui a segunda tetralogia e tem como pesonagem central o melhor dos reis o monarca que por tradição os ingleses tinham como o clássico rei-herói.

A Tempestade

O amor apresenta-se à vida de Romeu e Julieta de modo traiçoeiro: ambos se apaixonam instantaneamente, em uma festa, um baile de máscaras, desconhecendo a identidade um do outro. Ele é filho dos Montéquio, e ela, dos Capuleto, duas das mais poderosas famílias de Verona, inimigas entre si. Desobedecendo às restrições familiares e políticas, eles vivem a sua paixão explosiva e desesperançada, naquela que se tornou a mais famosa história de amor da literatura ocidental, além de uma das mais populares tragédias shakespearianas.